Por @cambio_losanoff
Não se iluda: esse careca tem muita coisa na cabeça
Atenção, amiguinhos!
Valle de Muñecas é da Argentina, formada em 2003, das cinzas dos grupos Menos que Cero e Plaimobyl.
Liderada pelo vocalista e guitarrista Mariano "Manza" Esain (que fez parte do trio Flopa Manza Minimal e já tocou com metade do rock argentino) lançou este ano seu terceiro rebento, La Autopista Corre del Oceano Hasta el Amanecer.
A bolachinha abre com La Soledad no es una herida, um temazo que te pega já nos primeiros segundos.
Gotas en la frente chega transbordando romantismo com um estribilho que diz:
Todas las ventanas de la casa / tan abiertas para / que circule como brisa / tu presencia (todas as janelas de casa estão abertas pra que circule, como brisa, a sua presença).
Um disco orgânico, feito com paixão e cuidado, tanto nas letras quanto nos arranjos; nada de canções fracas e/ou preguiçosas.
Os portenhos inclusive desconstroem um certo tempo verbal, pois se trata de um álbum mais-que-perfeito - mas sem soar datado, como supõe o referido pretérito.
Os portenhos inclusive desconstroem um certo tempo verbal, pois se trata de um álbum mais-que-perfeito - mas sem soar datado, como supõe o referido pretérito.
E tem aquela cara de álbum mesmo, não apenas um punhado de singles descartáveis, algo tão comum nesta geração pós-strokes.
Pensando bem, La Autopista... do Valle de Muñecas faz jus sim ao pretérito-mais-que-perfeito quando nos damos conta de que estamos diante de um disco de rock à moda antiga, desses que não se fazem mais hoje em dia.
Também por isso, essencial.